Proprietários de floriculturas utilizam redes sociais e optam por entrega à domicílio para manter as vendas
Setor de flores se reinventa para o Dia das Mães
Compra de flores é feita por meio das redes sociais ou delivery como é o exemplo na loja da família Johann de Lajeado. Créditos: Divulgação
Comemorado no próximo domingo, o Dia das Mães é considerado o Natal dos produtores de flores e plantas ornamentais por ser o melhor período de vendas para o setor.
Com as restrições comerciais, cancelamento de eventos e as lojas parcialmente fechadas, quem atua no segmento criarem novas formas de comercialização. É o caso do empresário Ricardo Franz, de Santa Clara do Sul.
Em 25 anos, esta é a primeira vez em que precisou inovar para garantir que os produtos cheguem às mães. “Oferecemos nosso produto pelas redes sociais, Facebook, Instagram e Whatsapp. Mandamos fotos e o cliente escolhe, deposita o valor e depois retira aqui ou a gente entrega na casa, com toda segurança”, explica.
A pandemia deve afetar a rentabilidade do segmento de ornamentação. “É o nosso carro chefe e tudo está cancelado. Devemos voltar apenas em 2021. Ficamos somente com a receita da floricultura”, finaliza.
“Foi preciso inovar”
Conforme a gerente de uma floricultura de Lajeado, Vanessa Cristina Johann, as vendas caíram muito após a publicação do primeiro decreto onde as lojas foram obrigadas a fechar. “Sem poder receber os clientes, tivemos que nos reinventar. Optamos por entregas à domicílio, aceitar pedidos por Whatsapp ou pelas redes sociais, no sistema Take Away. Ele escolhe e retira com a gente”, observa.
Apesar de ainda não conseguir contabilizar os prejuízos, entende ser necessário reforçar as relações entre empresa, colaboradores e clientes. Toda equipe segue as recomendações de saúde, uso de máscaras e distanciamento para evitar o contágio. “É de extrema importância levantar a bandeira de valorizar nossas empresas e serviços locais, para todos juntos passarmos por este processo”, entende.
Delivery na loja
Segundo Vanessa, a data é a principal do ano, seguido do Dia dos Namorados e da Mulher. Além das redes sociais, outra opção criada foi a venda por delivery. Sugerido por um funcionário, foi montado um corredor de flores e plantas ornamentais. “O cliente passa, escolhe paga e isso sem precisar sair do carro”, comenta. São cerca de mil variedades espalhadas em uma área de um hectare às margens da rodovia BR-386.
Perdas milionárias
De acordo com Kees Schoenmaker, presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o pedido é no sentido de que os prefeitos promovam a flexibilização dos Decretos Municipais que estabelecem as medidas de prevenção e controle do coronavirus, permitindo a abertura e funcionamento das floriculturas e garden centers imediatamente. Para o mês de abril, a estimativa é de, aproximadamente, R$ 669,8 milhões para toda a cadeia.
Até o final de maio, não havendo mudança no cenário, este déficit alcançará R$ 1,36 bilhões, resultando na falência de 66% dos produtores e o desemprego de mais de 150 mil trabalhadores.
A Associação Rio-Grandense de Floricultura (Aflori) entende que o setor faz parte das atividades agropecuárias, consideradas essenciais e por isso cobra a sua reabertura, excepcionalmente no período que antecede do Dia das Mães. Segundo o presidente Valdecir Ferreira, o maior impacto foi nas chamadas plantas de corte, com tombo que supera os 80% em razão da não realização de eventos.
“Por uma questão de sobrevivência, muitos produtores apostam na produção de hortigranjeiros. A flor é um alimento para a alma. Estamos lutando para manter a atividade”, afirma.
Por Giovane Weber