A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD veio para mitigar os riscos do tratamento de dados pessoais e os possíveis danos causados aos titulares de dados em razão dessa atividade. As sanções previstas na lei começaram a vigorar a partir de agosto de 2021, mas somente passaram a ser aplicadas de fato pela ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados com a aprovação do Regulamento de Dosimetria e Aplicação de Sanções Administrativas em fevereiro de 2023 (Resolução CD/ANPD nº 4, de 24/02/2023).
A LGPD previu um rol variado de sanções administrativas, de natureza orientativa, pecuniária e restritiva de atividades, elencadas no artigo 52 da referida norma, quais sejam:
Embora outros órgãos da administração pública possam fiscalizar a aplicação da LGPD na prática, tais como o PROCON e Ministério Público, somente a ANPD pode aplicar essas sanções administrativas previstas pela lei.
A Autoridade poderá atuar de ofício, em decorrência de programas periódicos de fiscalização ou em decorrência de denúncias realizadas pelos titulares de dados.
Tais sanções serão aplicadas após a realização de um processo fiscalizatório instaurado pela Autoridade Nacional, respeitando alguns critérios, dentre os quais: a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais dos titulares afetados; a condição econômica do infrator; o grau do dano; a cooperação do infrator; a adoção de políticas de boas práticas e programas de governança, a pronta adoção de medidas corretivas e a cooperação da empresa durante o processo fiscalizatório.
Cabe ressaltar que a adoção de medidas preventivas e de boas práticas pelas empresas pode ser fator decisivo na mitigação de penalidades em eventual fiscalização. Daí a importância de implementar uma cultura de privacidade, através da implementação de um Programa de Governança em Proteção de Dados para manter a conformidade com a legislação nas organizações.