Nem sempre o tema é visto como prioridade, o que prejudica o desempenho do negócio. Para evitar que isso ocorra, aprenda mais sobre saúde financeira, seus benefícios e suas particularidades
Já se viu perdido na cronologia do caixa da sua empresa? Estar diante de um volume de vendas que serão faturadas num prazo mais longo do que aquele que se deve pagar os fornecedores é uma situação comum, especialmente para os pequenos e médios empresários. Mas não deveria.
Em geral, há uma falta de conciliação do contas a pagar e do contas a receber porque muitos empreendedores não fazem o devido registro de ocorrências do dia a dia da empresa, seja do que gerou em vendas, ou de compras que realizou e serviços que contratou.
De acordo com João Esposito, economista e CEO da Express CTB – accountech de contabilidade, quanto mais cedo o empresário investe no controle da gestão financeira, mais rápido ele atinge os seus objetivos e, consequentemente, cresce.
Muitas medidas consideradas simples, quando aplicadas através de um bom planejamento, já conseguem gerar um impacto enorme.
O especialista explica que é fundamental levar em consideração que mesmo o lucro sendo uma consequência, ter uma boa saúde financeira não necessariamente significa ter um maior faturamento.
"A saúde financeira está relacionada ao bom cuidado com os investimentos, despesas e receitas. Ser financeiramente saudável significa ter todas as movimentações financeiras do negócio sob controle".
Quando isso não ocorre, a empresa (seja ela pequena, média ou grande) vai precisar lidar com desafios maiores. É o caso das empresas que duram pouco tempo no mercado, bem como os negócios que não conseguem expandir suas atividades, e ficam estagnados.
Uma boa saúde financeira garante que a marca mantenha seu estoque abastecido e estruturado, além das demais despesas organizadas, incluindo o pagamento dos funcionários em dia. Ter o score do CNPJ positivo é um dos pontos que reforça a necessidade da saúde financeira.
Nas palavras de Esposito, o gestor é o responsável por viabilizar os mecanismos necessários para tornar isso possível e encontrar maneiras que sirvam para ajudá-lo a se antecipar aos problemas, além de buscar as melhores alternativas para resolvê-los.
Mesmo sem especialização em finanças, é possível fazer um diagnóstico de saúde da empresa com alguns indicadores. Veja quais são os principais:
FLUXO DE CAIXA
É o controle sobre o dinheiro que entra e sai das empresas num determinado período. Permite verificar quando haverá mais contas a pagar do que a receber e checar se haverá saldo suficiente em conta.
FATURAMENTO
Indica o quanto a empresa está vendendo, ou seja, o montante total do dinheiro que entra em caixa. A relação entre a margem de lucro e o faturamento pode mostrar o risco do negócio. Observe se para obter uma margem aceitável é necessário um faturamento muito alto, porque uma queda nas vendas pode levar rapidamente ao prejuízo.
CUSTOS FIXOS
Aqueles que não variam mês a mês, como aluguel. É importante acompanhá-los para definir quanto você vai cobrar pelo produto ou serviço e medir a produtividade.
CUSTOS VARIÁVEIS
Despesas que aumentam seguindo o desempenho da empresa. É o caso de impostos sobre as vendas, comissões, compra de embalagens e frete.
LUCRATIVIDADE
A relação entre o percentual do lucro de uma empresa e o faturamento num determinado período ajuda a estabelecer a saúde do negócio.
TÍQUETE MÉDIO
Aponta o valor médio de uma venda. Para calcular, divida as receitas pelo número de transações. O número ajuda nas comparações com a concorrência. A forma ideal de melhorar a rentabilidade é aumentar o tíquete médio, pois o esforço para atrair o cliente já foi realizado.
Por Mariana Missiaggia 04 de Agosto de 2021 às 07:00
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